domingo, 29 de março de 2009

O aquecimento global na moda

Agora foi: antes restrito aos círculos acadêmicos, rodas de ambientalistas e veículos especializados, o tema do efeito estufa está na boca dos empresários, políticos e cidadãos minimamente informados. Jornal Nacional, Fantástico, a mocinha da novela, todos ajudam a disseminar, antes tarde do que nunca, informações sobre os efeitos nefastos das mudanças climáticas.
Resta saber como a questão será assimilada pela sociedade. Por enquanto, pouco se fala em mudar profundamente as formas de produção e de consumo. É como se o tema subitamente tivesse entrado em voga e saísse de moda no ritmo das coleções que desfilam pelas passarelas do São Paulo Fashion Week - evento devidamente "neutralizado", ou seja, com suas emissões de carbono compensadas pelo plantio de árvores, que através da fotossíntese retiram e armazenam o dióxido de carbono da atmosfera.

A 22ª edição da SPFW levantou o tema da sustentabilidade, tanto na neutralização dos gases como no estímulo à reciclagem de lixo, na busca de tecidos mais amigáveis ao meio ambiente, e no uso de materiais certificados em seus lounges.
Talvez tenha ajudado a disseminar alguns conceitos, mas é preciso dizer que moda e sustentabilidade soam antagônicos. Uma é efêmera, a outra é perene. A primeira estimula o consumo, a segunda questiona o consumismo. Uma pesquisa da Universidade de Cambridge, intitulada "Bem Vestido?" aponta a indústria de moda como uma das grandes emissoras de carbono no mundo.

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