segunda-feira, 11 de maio de 2009

IMPACTO NO BOLSO


Por enquanto, é preciso mais do que consciência ambiental para optar pela moda ecológica. Devido à escala de produção pequena e à oferta inconstante de matéria-prima, boa parte desses produtos é cara. Uma camiseta de algodão feita de tecido orgânico, por exemplo, custa três vezes mais do que uma produzida pelos métodos tradicionais. Mas algumas iniciativas começam a mudar esse panorama.
Desde o ano passado, parceria entre Hanesbrands, dona da marca Zorba no Brasil, a rede varejista Wal-Mart e a Embrapa permite a fabricação de roupas sustentáveis a preços populares. São camisetas, calcinhas, cuecas e bodies para bebês confeccionados com algodão cru ou orgânico, além de outras fibras, como o bambu. "O Brasil ainda não tem auto-suficiência em produção de algodão orgânico", explica Adriana Ramalho, diretora de desenvolvimento do Wal-Mart. "Por isso, buscamos fibras alternativas. A estratégia é colaborar com a produção e o desenvolvimento de novas tecnologias e manter o preço acessível para ganhar em escala. Assim, tentamos romper com o padrão de que a roupa ecologicamente correta precisa custar mais."
Com o crescente interesse do público - a cueca de fibra de bambu vendeu 20% acima da expectativa -, a empresa promete novidades com outras fibras em estudo, como o milho e a soja. "É uma tendência ligada à democratização da moda e à consciência ambiental. A camiseta mais vendida da linha é a que traz o símbolo da reciclagem. Isso mostra que as pessoas querem ser vistas como antenadas, já que ser sustentável está na moda", diz Milena Rossi, coordenadora de estilo do Wal-Mart.
No caso do bambu, que também substitui o algodão em 26 modelos da coleção da marca carioca Redley, as vantagens ambientais são evidentes: uma plantação de pinus leva sete anos para produzir 3 mil árvores; já o bambu precisa de três anos para produzir 10 mil árvores no mesmo espaço, ainda dispensa o uso de pesticidas, não causa erosão e só requer água para crescer. Mas os especialistas alertam: nem sempre as roupas feitas de fibras alternativas podem ser consideradas "produtos sustentáveis". Se o cultivo implicar a derrubada de florestas, envolver mão-de-obra infantil, exploração de trabalhadores rurais ou exigir muito combustível no transporte, os danos ambientais e sociais anulam os benefícios. Por isso, informação é fundamental para quem quer comprar produtos ecológicos.

ATITUDE NA MODA


As marcas líderes de roupas ecológicas tiveram um crescimento de 70% nas vendas em 2006. Esse é o resultado de uma pesquisa feita no Reino Unido e divulgada pelo jornal Daily Telegraph. O que nós temos com isso? Muito. A indústria têxtil está entre as quatro que mais consomem recursos naturais, como água e combustíveis fósseis, de acordo com o Environmental Protection Agency, órgão americano que monitora a emissão de poluentes no mundo. Somente a cultura de algodão é responsável por cerca de 30% da utilização de pesticidas na Terra, contaminando o solo e os rios. Ou seja, a busca por matérias-primas alternativas e renováveis é hoje um dos principais desafios do setor. E está mais do que na hora de o Brasil - e nós, consumidoras brasileiras - entrar para valer nessa moda verde. O bom é que já tem gente daqui fazendo bonito.

A grife brasileira Osklen, do Rio de Janeiro, desde sua criação, em 1989, experimenta novos usos para materiais já conhecidos. No momento, a marca desenvolve uma sandália de dedo feita de PVC reciclado e também uma sacola de juta que levará dois anos para se degradar no meio ambiente - tremenda conquista, se comparada aos 100 anos necessários, no mínimo, para a degradação natural de uma sacola plástica.

"Tem gente que já chega às nossas lojas perguntando pelos produtos ecológicos", conta Nina Braga, diretora do Institutoe, vinculado à grife. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos idealizada pelo estilista Oskar Metsavaht, criador da marca, que mapeia matérias-primas de origem sustentável no país. "Nosso objetivo é oferecer informação para que outras marcas possam trabalhar com materiais que respeitam a biodiversidade, como tecidos orgânicos, artesanato produzido por cooperativas e reciclados", esclarece Nina. Metsavaht também apoiou um projeto para monitorar baleias por satélite desenvolvido pela Universidade Federal de Juiz de Fora, em 2005, e a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, em 2006. Além dele, estilistas como Gloria Coelho, Lino Villaventura e Fause Haten já criaram peças com materiais sustentáveis: sim, é possível preservar a natureza com elegância.

MODA EM TÓPICOS É SUSTENTÁVEL E ÉTICA, DUVIDA?


A maior rede de comunicação inglesa a BBC, acaba de lançar a BBC Thread, uma revista de moda online dedicada em trazer as últimas novidades do estilo eco-sustentável, para pessoas que apostam numa moda mais consciente.
Moda ética é aquela que tem sido feita, vestida e cultivada por pessoas que se preocupam com os animais e o meio ambiente. As roupas que figuram a revista apóiam esta abordagem, e tornam a visita ao site indispensável, para aqueles se preocupam com o que veste e querem estar na moda.

Todas as peças publicadas (em tópicos de estilo) partem pelo menos de alguns dos princípios como: empresa sustentável e correta com seus funcionários, peças confeccionadas com materiais sustentáveis, recicláveis ou vintage e o não abuso de animais, incluindo couro e peles.

Thread mostra-lhe como obter o que deseja num formato eco-glam, através de um mix de moda acessível, vídeos exclusivos e fotos, provando que há tantas maneiras de participar de compras eticamente corretas, sejam elas no high street ou em compras de segunda mão. Vale trocar roupas com amigos e personalizar as roupas que você já tem!

moda sustentável estrelada por famosos


Fundada na primavera de 2005 por Bono Vox, Ali Hewson (esposa do cantor e ativista) e o designer americano Rogan Gregory, a Edun é uma empresa que traz como missão criar belas roupas, através de trabalho sustentável em áreas em desenvolvimento no planeta, particularmente na África.

As peças são produzidas também em países como Índia, Tunísia, Quênia, Peru, Uganda, Lesoto, Mauritius e Madagascar. Além disso, a marca age como uma forte voz, incentivando investimentos do mercado da moda no continente africano, como alternativa para terminar com a extrema pobreza que afeta a região.

Todas as camisetas da etiqueta são 100% algodão orgânico (tendo como principal fornecedor a empresa Indeo). Desde 2007 um novo braço da organização, o edun Live, trabalha com algodão produzido na África e de textura super macia na produção de camisetas.

O visual clean, sem estampas, traz como cartela de cores “Positivamente preto, Grande branco e Super Natural”. Genesis, Adam, Eve, Lamb e Scion são os nomes das linhas, que tem como tema norteador a ‘Eva Mitocondrial’, uma teoria segundo a qual todos seríamos descentes de uma ‘mãe’ africana de 140 mil anos atrás, da região que onde hoje localiza-se a Etiópia, Quênia ou Tanzânia (conhecida como África Sub-Saariana), foco de ajuda da edun Live.

A EDUN traz coleções para homens e mulheres, com tops, calças, jeans, vestidos, jaquetas, malhas e suéteres com preços variando entre $ 36 e $ 400. Os produtos podem ser encontrados em algumas lojas multimarcas na Europa e Japão, mas a linha da edun Live pode ser comprada pelo site.